A pandemia de COVID-19 teve início em dezembro de 2019 na China e se espalhou globalmente, atingindo o Brasil em fevereiro de 2020. Diante do rápido avanço do vírus, medidas de segurança foram implementadas, incluindo o fechamento de estabelecimentos não essenciais, restrições de viagens e adoção de práticas de higiene e distanciamento social. O país enfrentou diferentes fases da pandemia, com altos e baixos de casos, enquanto os sistemas de saúde foram sobrecarregados e a população se adaptou a novos hábitos de vida. A vacinação em massa, iniciada em 2021, representou um ponto de virada na contenção da doença e na gradual retomada das atividades normais.
Como o mercado hoteleiro está reagindo
Vamos analisar como está se saindo o mercado pós-pandemia de acordo com a 17ª edição do Panorama da Hotelaria Brasileira, feito em parceria entre a Hotelinvest e o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).
O estudo pega como referência o ano de 2019, o ano pré pandêmico, por ser um ano que não sofre influência dos reflexos da pandemia. Como podemos observar no gráfico abaixo (Fig. 1), em 2022 o Brasil teve um crescimento de 68,8% de RevPAR* muito pelo motivo de ter tido um grande aumento de diárias no segundo semestre. O ano de 2022 poderia ter sido ainda melhor não fosse a variante ômicron do coronavírus que se espalho no início do ano.
*RevPar, média da receita total de quartos de um hotel pela contagem de quartos e o número de dias no período que está sendo medido.
Comparando com 2019, todas as capitais quase superaram o RevPAR em 2023 (veja Fig. 2), porém vale lembrar que 2019, apesar de ser pré-pandêmico, é considerado um ano não muito bom para o mercado hoteleiro.
O RevPAR de São Paulo teve o maior aumentodas capitais analisadas:
- +73,9% de ocupação;
- +37,9%: de diária média em valores reais
Investimentos previstos
Na última edição, divulgada em maio de 2022, a previsão inicial indicava a construção de 124 novos hotéis. Entretanto, desse montante, 16 foram cancelados e 20 já estão em operação. Com isso, restaram 88 projetos em desenvolvimento. Até fevereiro de 2023, foram firmados 20 novos contratos, resultando em um toal atualizado de 108 hotéis em construção no Brasil.
A redução na construção de novos empreendimentos (12,9%) reflete a dificuldade do mercado em aumentar as tarifas na mesma proporção dos custos de construção. Além disso, a elevação da taxa SELIC dificulta as alternativas de financiamento, impactando negativamente a viabilidade de novos projetos.
Total de R$ 5,7 bi em investimentos, com abertura até 2027.
Conclusões
- Destinos corporativos devem ter desempenho melhor do que em 2022;
- Em 2023, a maioria das cidades não atingiu o RevPAR de 2019;
- Passagens aéreas caras atrapaçharam viagens domésticas.